alice.jpgNão. Não tem nada de infantil. Alice no país das maravilhas é um grande e temeroso clássico de Lewis Caroll. Ele é tão avançado que é até difícil de comentar.

Pra começar o livro tem tudo sim pra ser uma viagem de LSD de Alice. Não que eu seja um grande conhecedor do alucinógeno, mas dos poucos relatos que conheço tudo se encaixa. O primeiro e o último capítulos dão aquele reforço para deixar isso bem marcado.

Caroll brinca com nosso bom senso. Começa com o senso de justiça de Carlos Magno presente no Rei de Copas – Carta essa que representa Carlos Magno no baralho. A Rainha de Copas, no baralho Judite (uma personagem bíblica) também não fica atrás. Na Bíblia, o livro de Judite retrata a história de Arfaxad, rei dos medos. Pelo medo, Arfaxad era um rei tirânico e sanguinário, dando-nos toda a alegria para ligar o maldito “Cortem-lhe a cabeça”.

O ápice da sacanagem de Caroll fica com o gato de Cheshire, sendo esse uma mistura do Gato de Cheshire e do Gato de Schorödinger. Vale a pena correr com vontade atrás das teorias e viajar.

A análise do livro é profunda e não pretendo me ater a ela. Instigo e recomendo a todos pegarem e fuçar de com força pra tirar os leites existentes. Tenho certeza que muita coisa passa batida. Pretendo lê-lo novamente daqui um tempo pra pegar mais coias.